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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um eleitor cansado

Findada mais uma eleição, lanço-me agora sobre os seus resultados. Reconheço estar neste momento dotado de sentimentos frustativos e até mesmo pueris. Mas estou decidido a afastar-me desta festa democrática! Não que eu tenha algo contra a democracia e os seus poderes representativos, mas decepciona-me ver como as coisas se encaminham nesse mundo da fantasia individualista.
Nestas eleições, observei situações um tanto atípicas enquanto outras mais do que repetidas. Fiquei orgulhoso - em um primeiro momento - com o fato de finalmente termos uma outra alternativa presidencial pautada dentro de uma realidade desejada e possível. Alternativa essa configurada em um sujeito competente e de sensibilidade social e ambiental. Soma-se a isso os traços biográficos fantásticos, tão marcantes como os que me levaram a adotar Lula como meu candidato desde da minha primeira votação em 1998. Sujeito esse de biografia singela e encantadora.
Por outro lado acompanhei a ausência de propostas e repetições de discursos de outrora e de outros de conteúdo futebolistico. Candidatos sem propostas ou compromissos significativos apareciam com uma única frase: nós somos do time de Lula. Esse mantra eleitoral marcava de maneira expositiva os vazios de conhecimentos político-social dos novos e velhos representantes. Com certeza esses aspectos devem ter feito até o individuo mais alheio a esse processo eleitoral ter se irritado com tanta repetição e tédio eleitoral.
Se por um lado comemorei uma significativa renovação necessária devido a inércia dos que antes se faziam presente na vida política brasileira, por outro enojou-me a eleição de esposas, filhos, irmãos e irmãs de velhas raposas, pois já sabemos que pouco ou nada propocionarão um progresso de desenvolvimento social mais justo e equilibrado. Os tais contemplados eleitoralmente serão apenas figurantes, pois o homem do lado de cá é quem dará as cartas. Como se tudo isso não bastasse, tivemos a ousadia e discirnemento de eleger um palhaço de vocação e não mais só de profissão. Mais um a incorporar o circo do Congresso Nacional Brasileiro. Não será nenhuma novidade sabermos que o palhaço estreante fará seus interessantes shows a um menor valor quando comparado aos mais antigos.
Realmente estou muito decepcionado com o não reconhecimento do trabalho realizado por pessoas de bem e que foram candidatos. Cito-os nominalmente por serem sujeitos ideias para uma República ideal: Antonio Neto e Nazareno Fonteles. Estes sim, seriam muito mais merecedores do que qualquer palhaço de circo, esposa, filho, irmão, irmã, raposa velha; para fazer frente a um Congresso participativo e gerenciador das conquistas sociais e qualitarias necessárias para o desenvolvimento da nossa nação.
Por estas e outras razões pretendo, portanto, amigos sair de cena não para sair da vida e entrar para a história, mas para não participar deste mundo imundo da política

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